NOTÍCIA


Piscicultura cresce 5,93% em um ano marcado por semestres distintos

24 de Março de 2021
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Recentemente publicamos uma notícia abordando as exportações da piscicultura brasileira, que teve um crescimento de 53% no 3º trimestre de 2020


É importante destacar este aumento nas vendas para o exterior, pois elas colaboraram em muito para a melhoria do setor e, principalmente, para a retomada econômica do Brasil. 


Estamos vivendo em meio a uma pandemia, que causou uma crise sanitária sem precedentes e que também está impactando diretamente na economia do país. Por isso, é fundamental que setores de destaque consigam puxar essa recuperação e aumentar ainda mais as ofertas de emprego, por exemplo.


Nesse sentido, temos outra notícia positiva para a piscicultura do Brasil. Mesmo com o ano de incertezas e bastante dificuldades enfrentadas, o setor teve desempenho positivo. 


De acordo com um levantamento feito pela Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), para o Anuário Peixe BR 2021, a piscicultura brasileira teve um crescimento de 5.93%. Com esse acréscimo nos números da produção de peixes, o cultivo saltou para 802.390 toneladas de peixes produzidos, enquanto no ano de 2019 eram 758.006 toneladas.


Além disso, é importante destacar que este foi o melhor desempenho da piscicultura desde 2014,  ano em que começaram a realização dos levantamentos da produção nacional. 


No entanto, mesmo com este ponto positivo de crescimento no ano inteiro, o período foi bastante distinto entre duas fases. No início de março, com a pandemia do novo coronavírus chegando com força no país, as vendas de peixe despencaram bastante. 


Principalmente porque o início do surto no Brasil ocorreu nas semanas anteriores à Semana Santa, um dos períodos onde se costuma vender muito mais peixes do que durante o ano inteiro.


Já no segundo semestre de 2020, quando o país estava mais "habituado" com a pandemia e com as questões relacionadas ao isolamento social, o cenário começou a mudar para a piscicultura. 


Durante este período, o consumo interno cresceu consideravelmente, o que fez com que o setor oferecesse uma oferta de produtos ainda maior. O resultado surgiu também nos preços aos produtores, pois estes ficaram em níveis consistentes. 


A partir disso, os elos da cadeia de produção puderam não apenas recuperar os prejuízos da primeira parte do ano, mas avançar e fechar o balanço no azul.


Ainda existia a possibilidade de termos resultados muito melhores, mas ocorreu pressão dos custos, principalmente em relação às matérias-primas importantes para composição da ração. 


Como em 2020 o dólar saltou cerca de 40%, estes valores se tornaram muito mais elevados e complicaram a vida dos produtores. Desse modo, as indústrias de nutrição animal não conseguiram repassar todas as despesas extras, mas o aquecimento do mercado possibilitou algumas manobras que surtiram resultado.


Novamente, a tilápia foi um dos destaques trazidos pelo Anuário Peixe BR 2021 da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR). Em 2020 a produção de um dos tipos de peixes mais consumidos e produzidos no Brasil cresceu 2,5%, atingindo 486.155 toneladas, contra 432.149 toneladas do ano anterior. 


Assim, a tilápia, que já era uma das espécies de peixe mais famosas por aqui, se consolidou ainda mais no cenário nacional. Sua participação na produção total de peixes de cultivo passou para 60.6%, sendo que em 2019 foi de 57%.


Vale destacar que os peixes nativos representam uma parte muito importante nos segmentos da piscicultura brasileira. Apesar disso, a participação deles se reduziu no último ano, com a produção de 278.671 toneladas em 2020, o que representa 3,2% menos do que as 287.930 toneladas do ano anterior: foram 9.259 toneladas a menos em um ano.


Também existem outras espécies que tiveram um crescimento considerável, sendo a carpa, truta e pangasius, com maiores destaques. Elas apresentaram um crescimento de 10,9% e o pangasius ganhou maior espaço na produção, principalmente na região Nordeste. Em 2020, estas espécies somaram 38.104 toneladas contra 34.370 toneladas de 2019.


Concluindo, todos estes anúncios de crescimento vêm em um momento em que a pandemia volta a aumentar no país. 


Isso mostra que a criação de peixes está cada vez mais fundamentada na cultura do Brasil e que com toda a certeza será um dos carro-chefe na retomada da economia brasileira. 


A prova disto é que, para além do crescimento em relação a produção, também houve o aumento nas vendas para o exterior, que chegaram em 2020 ao patamar financeiro de US$ 3.324.197. 


O que nos resta agora é, em conjunto, fortalecer ainda mais o setor para que possamos nos recuperar de todos os problemas e crescer ainda mais.


 



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