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Tilápia: O segundo peixe mais consumido do mundo

Tilápia: O segundo peixe mais consumido do mundo
20 de Junho de 2022
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Não é de hoje que a tilápia vem ganhando destaque no mercado da piscicultura. No contexto do mercado mundial de produção e comércio de peixes, essa espécie chegou quase ao topo da lista de peixes da aquicultura.


Conforme dados divulgados no relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a produção global de peixes chegou a 179 milhões de toneladas em 2018. Nesse mesmo estudo, foi identificado o crescimento também da aquicultura, que representou 46% da produção total e 52% dos peixes para consumo humano.


Dentre os peixes mais consumidos, a tilápia é o segundo colocado, ficando atrás apenas do atum. De origem africana, ela se tornou uma das queridinhas do consumo e produção mundial.


Registros históricos também indicam que esse peixe já era cultivado em aquicultura há 4 000 a.C, no antigo Egito. Essa popularidade se dá muito pela facilidade de criação, alta prolificidade, alimentação herbívora e onívora, resistência a doenças e sabor da carne, considerada especiaria nos banquetes e festas egípcias e romanas.


Mesmo com os problemas causados pela pandemia, a produção global de tilápia continuou crescendo, superando os 6,2 milhões de toneladas em 2021. 


Conforme dados do Anuário PeixeBR, com consultorias internacionais e a FAO, o Brasil se consolidou na quarta posição da produção dessa espécie, superando 534 mil toneladas no ano de 2020. Desse modo, o país fica atrás apenas da líder China, seguida por Indonésia e Egito.


A aquicultura, de acordo com a FAO, deve representar importante crescimento nos próximos anos, tendo em vista os benefícios do pescado em geral em termos de qualidades nutricionais, saúde e segurança alimentar.


Nesse sentido, as primeiras estimativas da tilápia para 2022 mostram oferta superior a 6,3 milhões de toneladas. Ou seja, a produção de peixes em cativeiro com toda a certeza vai ser muito impactante para a retomada da economia mundial após a pandemia.


 


Piscicultura e produção de tilápia no Brasil


 


piscicultura brasileira também se tornou um grande destaque positivo no Brasil. Ainda conforme dados da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), o país produziu 841.005 toneladas de peixes de cultivo (tilápia, peixes nativos e outras espécies), em 2021. Esse resultado representa crescimento de 4,7% sobre a produção de 2020 (802.930 t).


Vale destacar que a cada ano que passa o setor mantém média de crescimento de 5,6% desde 2014, ano que marca a criação da PeixeBR e o início da apuração de dados estatísticos sobre a piscicultura brasileira pela associação.


Com o passar dos anos, a própria atividade da piscicultura brasileira vem crescendo em qualidade, utilizando de boas práticas e modernas tecnologias em genética, sanidade, nutrição e equipamentos. 


Além disso, a produção é um grande influenciador da economia, já que envolve mais de 1 milhão de produtores, gera cerca de 1 milhão de empregos diretos e outros 2 milhões indiretos e, em 2021, movimentou R$ 8 bilhões.


A tilápia teve um grande destaque, já que em 2021, foram produzidas 534.005 toneladas, com crescimento de 9,8% sobre o ano anterior (486.255t). A espécie representou 63,5% da produção de peixes de cultivo como um todo, comprovando sua viabilidade para as condições brasileiras.


As outras espécies (carpas, trutas e pangasius) foram responsáveis por 5,3% da produção total de 2021, atingindo 44.585 toneladas: +17% sobre o resultado do ano anterior, comprovando também o potencial do pangasius para o clima brasileiro.


Com o ritmo de crescimento, cada vez mais a espécie consolida-se como a mais cultivada no Brasil. Em 2021, foram produzidas 534.005 toneladas no país, com aumento de 9,8% sobre o desempenho do ano anterior (486.155 t). Com esse resultado, a tilápia participou com 63,5% da produção nacional de peixes de cultivo.


Esse crescimento tem um destaque no Brasil, como um todo, mas em especial no Sul e no Sudeste, onde recebe maior investimento dos projetos verticalizados. Mesmo na região Norte, tradicional polo de criação de peixes nativos, a tilápia começa a aparecer, a partir da liberação de cultivo por alguns governos estaduais.


Essa região produziu 860 toneladas em 2021, o que pode ser considerado um volume pequeno, mas significa um aumento de quase 40% sobre o ano anterior (620 t). O Centro-Oeste também avança no cultivo de tilápia, representando em torno de 11,5% (61.650 t) e se aproxima do Nordeste, que com 95.300 t no ano passado participa com 18% do total.


O Sul é a região que lidera a produção de tilápia, onde a espécie representa 86% de todos os peixes de cultivo na região. No total, são 231.900 t nos três estados sulistas: cerca de 43,4% da produção nacional. 


O Sudeste vem a seguir com perto de 27% da produção total de tilápia (144.340 t), com destaque para São Paulo e Minas Gerais. Juntos, Sul e Sudeste detêm 70% do cultivo no país.


Outro ponto positivo na economia brasileira é o número das exportações da piscicultura e novamente um grande destaque para a tilápia. A espécie é a mais exportada, totalizando US$ 18,2 milhões em 2021, o que representa 88% do total em dólar. Esses números representam crescimento de 77%.


Dentre os produtos da pauta de exportações, a categoria de tilápia inteira congelada apresentou o maior volume em 2021, totalizando US$ 6,7 milhões (37% do total), com crescimento de 500%. Os filés frescos ficaram na segunda posição com US$ 5,4 milhões (30% do total) e aumento de 3%. O maior crescimento foi registrado nas exportações de filés congelados.



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