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A nova aposta da aquicultura brasileira

A nova aposta da aquicultura brasileira
17 de Maio de 2018
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Em sua décima edição (jan-fev 2018), a Revista Aquaculture Brasil publicou um artigo sobre o cenário da criação de panga no Brasil atualmente. Confira um pouco do que trata o artigo!


O Pangasius hypophthalmus cultivado no Brasil vem sendo chamado de “Panga BR”, é a mesma espécie criada no Vietnã. Aqui, ele ficou conhecido a partir de 2009 pela importação de filés do Sudeste Asiático, atualmente chegando a 70 mil toneladas de filés.


O interesse na atividade pelos produtores do Brasil, surgiu pela demanda do mercado e pelas características zootécnicas da espécie. Ao final de 2016, São Paulo foi o primeiro estado a regularizar o cultivo da espécie em viveiros escavados ou de alvenaria.


ABC Panga
A união entre piscicultores do município de Araras- SP, o Grupo de Estágios e Pesquisas em Monogástricos (GEPeM) da UFSCar/Araras e a empresa produtora de alevinos, Colpani Piscicultura, formou a Associação Brasileira dos Criadores de Pangasius (ABC Panga).


A associação tem por objetivo fortalecer a cadeia produtiva com trabalhos de pesquisa, divulgação de informações, assistência aos produtores e interessados, além de aproximar o produtor do mercado.


A associação defende que o panga cultivado no Brasil não irá interferir no mercado de outras espécies já cultivadas no País, uma vez que a espécie já está introduzida no mercado há cerca de 10 anos. A ideia é suprir o mercado da importação com o panga produzido nacionalmente.


Cultivos em São Paulo
Martinho Colpani, um dos produtores de alevinos, comenta que essa etapa de produção já está tecnicamente dominada, com indução hormonal para reprodução. Atualmente o preço do alevino varia entre R$ 0,60 a R$ 1,20 a unidade. Com perspectivas para baixar o valor de acordo com o aumento da demanda.


Quanto a genética, tem se buscado melhorar os lotes, separando e identificando através de chips os peixes de melhor desempenho.


Dados zootécnicos
Alevinos a partir de 20 g tem atingido 1,2 kg em 7 meses, com uma conversão alimentar de 1,6:1, com temperaturas até 15°C. A produtividade é de 10 a 50 t/ha, o que é considerada satisfatória. Além disso, o fato de a espécie possuir respiração aérea facultativa permite que o uso de aeradores seja reduzido.


Outra vantagem, é que a ração mais produzida no Brasil é justamente para peixes onívoros, com 28 a 32% de proteína bruta, o que não ocorre no Vietnã, em que utilizam rações com até 24% de proteína, o que causa o acúmulo de gordura nos filés.


Na gôndola
O Panga BR já esteve presente nas gôndolas dos supermercados de São Paulo, vendido inteiro, in natura, para fazer com que o consumidor conheça a espécie. Posteriormente ele também será oferecido na forma de filé.



O futuro
A intenção da associação, junto com a UFSCar-Araras é continuar produzindo conhecimento e gerando tecnologias produtivas para a espécie. Em breve deverão ser divulgados os resultados de alguns experimentos em andamento.


O Panga BR pretende se consolidar na aquicultura brasileira, contribuindo para geração de renda ao pequeno, médio ou grande produtor. É uma nova aposta do “aquanegócio”. Muito prazer, Panga BR!


 


Fonte: Aquaculture Brasil



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